Incontinência urinária feminina nunca é normal; saiba como evitá-la

Sabe quando perder xixi é normal? Nunca! Casos isolados de escape em situações específicas – aquele momento que não deu para chegar até o banheiro ou uma explosão de gargalhada – acontecem na vida de todo Mundo. Mas quando o assunto fica recorrente, a bandeira vermelha levanta e pode ser que seja um caso de incontinência urinária, situação que acomete mais as mulheres.

Esta é uma queixa frequente nos consultórios dos ginecologistas, em grande parte estimuladas pelo estilo de vida, com destaque para ingestão insuficiente de água, sedentarismo, segurar muito tempo a urina e substâncias que estimulam a bexiga, como o café. Tudo isso relacionado ao assoalho pélvico feminino, que comanda a saída do xixi. Um ponto para ficar atento e perceber quando se passou do limite da normalidade são os escapes impeditivos de atividades, como tossir, pular, correr e rir.

A médica ginecologista Maria Tereza Portela lembra que as mulheres são âncoras na família e no trabalho, e que para cuidar do outro melhor também precisam ter carinho consigo mesmas. “Há algum tempo atrás, não se via tanta mulher com incontinência urinária quanto agora. Temos visto mulheres jovens com o problema, por isso precisamos estar atentos a educação comportamental: desde falar para a menina que ela precisa ir ao banheiro ao menos a cada 3 horas até explicar as funcionalidades do seu corpo”, explica.

Quais são as causas e tratamentos

A doença aparece de diferentes causas. O mais comum é a perda de colágeno e enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico (que acontece por sedentarismo e ingestão de açúcar em excesso, por exemplo); também, por quantidade de partos naturais, doenças pulmonares, constipação intestinal, obesidade, sedentarismo, menopausa e hábitos de vida.

E a incontinência urinária serve de porta de entrada para outros incômodos: favorece a infecção urinária, traz desconforto na relação sexual, irritação na pele devido à acidez do xixi e baixa autoestima. Maria Tereza destaca que “dizemos que este é um problema que não mata, mas afeta. E afeta muito a qualidade de vida da mulher. Além de prejudicar na execução das tarefas da rotina impacta o emocional: andar forrada é difícil, ter cheiro de urina é difícil”.

            Os tratamentos são variados. É possível fazer fisioterapia pélvica, usar cremes hormonais, tratamento com laser, radiofrequência e mesmo uso de medicamentos, em casos específicos.

O como tratar também depende da causa do aparecimento dos escapes. Nos casos de mulheres a partir da menopausa o problema está na baixa produção de estrogênio. Já no caso das jovens, se concentra nos maus hábitos, e por isso o primeiro passo do tratamento é justamente mudanças para um estilo de vida saudável.

            E no meio de tudo isso, tem alguma coisa que eu posso fazer para prevenir a incontinência? Têm sim. A primeira dica já foi dada: mude seus hábitos e procure escolhas saudáveis, evitando ganhar peso. Outro ponto é trabalhar o assoalho pélvico, que é estimulado em exercícios de força e contração – e aqui você escolhe dentre muitas opções, como musculação, pilates e LPF.

Fonte: Drª Maria Tereza Portela, Ginecologista CRM 17853 PR – RQE 12305