Massa magra: entenda o que é e sua importância

Você ouve falar em massa magra e já pensa que este assunto não é contigo, é apenas para pessoas preocupadas com a boa forma! E isto não corresponde à realidade. A manutenção de massa magra no organismo precisa ser prioridade na conservação da saúde, em qualquer fase da vida.

            Primeiro a gente esclarece uma confusão comum, sobre massa magra e massa muscular. A massa muscular é o peso do conjunto de músculos que formam o corpo humano. Já a massa magra é a soma desta massa muscular com a massa óssea, eletrólitos e fluídos corporais. Ou seja, tudo que não é gordura, é massa magra.

            E é por isso que todos temos ela, só alterando a porcentagem. Para um indivíduo estar saudável, a quantidade de massa magra deve ser superior ao percentual de gordura. Sem isso, a condição fisiológica para um organismo saudável não se estabelece, o que ocasiona alterações e condições que podem levar a doenças.

Muito além da estética, ela tem função bioquímica de regulação da homeostase corporal. Trocando em miúdos, colabora para a estabilidade do organismo, quando ele trabalha em condição de equilíbrio para o bom funcionamento de órgãos e sistemas. Então, é sim importante para a estética, como para o emagrecimento e, principalmente, manutenção e conservação da saúde.

            A massa magra é construída pelo duo – que deve andar juntinho – alimentação saudável e prática de atividade física. A alimentação sozinha não consegue criá-la (não, não existe alimento mágico, nem que você coma todo o frango e batata doce do Mundo). O estímulo mecânico, vulgo exercício físico, é o que faz o organismo criar a necessidade de fazer processo compensatório e construir a massa magra. Junte à isso alimentação balanceada e, bam, temos o combo para um bom percentual.

            Quantidade de massa magra por gênero e idade

            Nessa os homens saem na frente. Em geral, o sexo masculino tem maior valor que o feminino. E essa variação acontece em função da concentração do hormônio testosterona, que tem capacidade de construção e preservação de massa magra mais intenso que o estrogênio. Com isso, eles tem mais facilidade de ter números favoráveis.

            Mesmo lidando com condições biológicas, no fim, a importância de ter um percentual menor do que de gordura permanece para ambos. O que muda serão as necessidades nutricionais e de exercícios físicos, que serão adequados conforme cada pessoa.

            Os humanos começam a partir da adolescência – junto com a liberação hormonal – a ter maior concentração de massa magra. Dos 20 aos 60 anos temos estabilidade morfológica deste quesito. Isto desmistifica que com o passar do tempo inevitavelmente há uma diminuição.

“Podemos dizer que o prejuízo na massa magra  decorre diretamente do estilo de vida do indivíduo. Estudos apontam que se nos mantermos ativos, com alimentação saudável, sono adequado, hidratação e gerenciamento de estresse, é possível mantê-la até os 60 de modo estável e regular”, explica a nutricionista Adriane Colaça.

            Depois dos 60 anos há declínio, devido as alterações enzimáticas. Junto com isso se somam dificuldade dos idosos em consumir aporte proteico e de cálcio indicado; com Vitamina D; baixa qualidade intestinal, para boa absorção de nutrientes; uso excessivo de remédios; e doenças crônicas. Para evitar queda acentuada, deve-se investir em mudanças no estilo de vida.

E, afinal, quantas pessoas tem equilíbrio entre massa magra e gordura?

            A maioria dos estudos se concentram no Índice de Massa Corporal, portanto, são limitados para nos darem este resultado. O peso na balança não revela a composição daquele corpo. No entanto, a experiência clínica dos profissionais podem dar uma ideia de como anda este cenário.

“Indivíduos que tenham a massa magra adequada são a minoria, menos de 30% dentre os pacientes que chegam no consultório. Precisamos virar a chave de que a pessoa precisa bater peso na balança; esquecer um pouco este critério e analisar este indivíduo no sentido de melhorar a condição de saúde”, destaca Adriane.

Fonte: Nutricionista Adriane Colaça