Medicina integrativa coloca paciente como protagonista; foco é o equilíbrio do organismo

Uma dor no joelho: ortopedista. Palpitações? Cardiologista. E se, além de partes do corpo, uma especialidade médica olhasse para a pessoa de forma integral? Esta é a proposta e visão da Medicina integrativa, ramo da área médica que busca o reequilíbrio do paciente, a partir de melhorias no corpo, mente e espírito/alma. Por visar uma saúde integral, é praticada por diversas áreas da medicina.

            É uma junção de conhecimentos, englobando medicinas milenares (como a ayurveda, tibetana e chinesa) com medicina de vanguarda atual (ortomolecular, germânica e quântica, por exemplo). Em sua prática, trata a causa dos problemas que se manifestam em sintomas físicos, ao invés de pensar os problemas isoladamente. Amplia a visão do ser humano e sobre a saúde, sendo complementar à alopatia (medicina conhecida como tradicional, que, em resumo, emprega medicamentos no tratamento de doenças).

            Com esta visão, conquista outras armas de diagnóstico terapêuticas para alcançar uma saúde integral. “A ideia é conquistar o reequilíbrio do organismo. É diferente quando você foca no indivíduo e vê aquela doença como manifestação de um desequilíbrio. Ao reequilibrá-lo em todos estes pontos, além da melhora dos sintomas da queixa, reequilibra outros fatores daquele corpo”, explica o Médico Alexandre Barão Acuña, endocrinologista, metabologista e atuante da medicina integrativa.

            Para exemplificar -> Imagine um motorista dirigindo seu carro na estrada, quando se depara com uma luz piscando no painel. Aquilo o incomoda. Por isso, encosta o carro no acostamento, chama uma auto elétrica e pede para cortar o fio que leva àquela luz, sem, no entanto, resolver o problema. Em paralelo ao corpo humano, cada vez que se ingere um analgésico (remédio para dor) é como se cortasse esta luzinha, sem analisar qual a causa base que levam a estes sinais.

            Neste sentido, vale a ressalva que os medicamentos são importantes e a medicina integrativa não os desconsidera, apenas os insere em um contexto diferente, ao ter uma visão ampla do ser humano. Outra característica importante deste segmento é a margem interdisciplinar. Por olhar a totalidade, o apoio e indicação de profissionais como nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos, personal trainer entre outros é corriqueira.

            Como é a consulta

            A primeira diferença é na anamnese (entrevista inicial realizada pelo profissional de saúde para conhecer e entender o paciente). A medicina integrativa estreita os laços entre o médico e a pessoa, e este primeiro encontro traça onde indivíduo está inserido nos grandes pilares da saúde: como está sua alimentação? E o sono? Pratica atividade física, em que horário? Os relacionamentos, como estão? O stress, intestino, hormônios, trabalho, ingestão de água, funcionamento geral dos órgãos. Assim, o diagnóstico amplia-se.

            Entende-se onde a queixa está inserida e quais são os pontos da vida que precisam de ajuda. Além disso, existem exames laboratoriais complementares que compõe a cena da saúde do paciente. “A medicina integrativa dá ao médico a capacidade e possibilidades, com instrumentos terapêuticos amplos”, destaca o Dr Alexandre. Ou seja, amplia-se o leque de opções, o que proporciona ao paciente trilhar o caminho que fizer sentido para ele.

            E aqui aparece outra característica fundamental deste ramo, que é o protagonismo do paciente, que se torna responsável por seu próprio tratamento – no sentido do compromisso em adotar novos hábitos alimentares, de sono, estilo de vida, suplementações e medicamentos, sendo ativo no processo de busca de sua própria saúde. A figura do médico funciona como um facilitador da cura.

            Reflexos no paciente

            A medicina integrativa busca melhorar a vida e performance. Por isso não trabalha com a “alta médica”, tratando o paciente e não a doença. Os tratamentos são baseados no momento do paciente, como um ser em movimento.  E aqui outra característica aparece: em tratando seres diferentes, cada plano de ação é personalizado, buscando atender e melhorar as queixas do indivíduo.

            Também, é uma vertente que previne o aparecimento de doenças. Consequentemente, promove um envelhecimento saudável, buscando a melhor versão do indivíduo antes da instalação de doenças. 

Fonte: Dr Alexandre Barão Acuña, CRM 17824 – PR RQE Nº: 10425