Bike indoor: modalidade faz treino de alta intensidade em aulas em grupo

Uma sala separada, com as bikes posicionadas lado a lado viradas para frente. Adiante, um instrutor. Para completar, música. Este é o cenário básico que você encontra quando  começa a praticar as aulas de bike indoor. E, claro, muito suor em um treino de média a alta intensidade cardiorrespiratória.

            O professor conduz a turma, com controle e variação de intensidade de carga e de terreno – subidas, retas e tiros. Ou seja, é um treino intervalado. E não, você não vai precisar sair do ambiente fechado para isso: um pouco mais de carga e batidas rápidas dão a sensação de reta; baixando a carga, treina-se tiros de velocidade; para montanhas, aumenta-se a carga tirando o peso do corpo do banquinho, o selim.

            Para completar entra a música e as BPM’s (batidas por minuto). Ou seja, além de animar a galera, as músicas fazem parte do objetivo que o instrutor pretende atingir naquela aula. São as batidas que dão o ritmo das pedaladas.

Um acessório que muitos locais lançam mão são luzes coloridas e ambiente escuro, que ajudam a criar um clima de descontração, onde as pessoas tendem a ter menos vergonha e dão aquela forcinha na hora da imaginação dos terrenos propostos.

            Benefícios da prática

            A bike indoor é uma modalidade democrática e podem participar desde crianças (a partir do momento que alcancem o pedal, próximo dos 12 anos) até idosos. Por ser de baixo impacto, agrega o pessoal com problemas articulares e dores no joelho. Nos casos de pessoas que estão com dúvidas se podem praticá-lo, é importante obter a liberação do seu médico de confiança.

O foco é no treino cardiorrespiratório, que melhora a circulação sanguínea, ajuda na perda de peso e condicionamento físico. No entanto, também faz treino de força, em especial nos membros inferiores (quadríceps, panturrilha e glúteo), e dá aquela mãozinha para a tonificação corporal.

Tem por característica ser um treino intenso. “Nosso corpo foi projetado para fazer atividades cardiorrespiratórias, o problema é sair da zona de conforto. Às vezes começa um exercício intenso e vem nosso cérebro dizendo ‘poxa, estou cansando…’. O difícil é vencer esta barreira, se vencer. Mas como tudo o que a gente começa, precisa ir devagar, respeitar o corpo, o processo e vai avançando aos poucos”, reforça a professora de educação física e instrutora há 10 anos de bike indoor, Daviane Garcia Faustim.

Outros aspecto importante é o impacto positivo na saúde mental e sensação de bem-estar. Sendo uma modalidade coletiva, existe socialização e união da turma, que reflete também com estes fatores.

            Como funciona uma aula

A duração vai de 30 a 50 minutos, dependendo da linha que se segue. O começo é com aquecimento e alongamento, com músicas leves e sem carga. Depois, os batimentos cardíacos começam a subir em uma reta. E a aula segue com modulação de carga, terrenos e velocidade.

“Tem estudos que dizem que esta variação é melhor do que apenas contínuo. A variação é importante para a modulação do treino e interfere na saúde do aluno”, explica Daviane. Com isso, uma aula pode gastar até 600 calorias (dependendo das cargas e resposta do metabolismo do seu organismo).

O que diferencia os alunos iniciantes do avançado são as cargas e a intensidade, e por isso todos podem praticar juntos (já que a configuração da bike é individual). Durante as aulas o professor conduz os exercícios e estimula estas variações nas cargas.

Na bike, o aluno adota uma postura com tronco levemente inclinado; cotovelo semi flexionado e confortável; ombro relaxado; nas subidas, o quadril fica inclinado para trás. Ah, e não estranhe se nos primeiros dias vier uma dorzinha relacionada ao banco, que é a combinação da pressão do peso corporal no selim e o atrito com o movimento da pedalada (que vem junto com as demais dores musculares, normais na fase de adaptação)… Porque o banco pode gerar incômodo nos momentos iniciais.

Mas fica tranquilo que logo se acostuma. A sugestão dos professores da modalidade – além de chegar uns minutos antes para aprender a ajustar o banco para diminuir o desconforto – é usar a bermuda própria para ciclismo ou a capa em gel para selim.

Tem diferença entre bike indoor, spinning e RPM?

A lógica de funcionamento é a mesma. Alguns estilos tem um foco maior nos tiros, por exemplo, como é o caso do Spinning. O que muda são as franquias e responsáveis pelos métodos. Em todos você conta com bikes fixas em salas fechadas, com foco em treinos cardiorespiratórios.

Fonte: Daviane Garcia Faustim, professora de educação física e instrutora de Bike Indoor