Você já pensou em planejar seu envelhecimento? Médico geriatra ajuda neste desafio

 Se tem uma coisa que é certa é que a todo momento envelhecemos. Mas isso não precisa ser uma coisa ruim! Com planejamento e prevenção, você pode (e deve!) aproveitar este processo natural da vida. E um dos profissionais que pode te orientar neste percurso é o Médico Geriatra.

            Enquanto algumas especialidades médicas focam em problemas específicos, a geriatria tem uma visão mais ampla do paciente, com um olhar individualizado sobre cada caso. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, “abrange desde a promoção de um envelhecer saudável até o tratamento e a reabilitação do idoso. O processo de envelhecimento impacta no comportamento orgânico, demandando abordagens diferenciadas, assim como crianças e jovens apresentam especificidades que são tratadas pelo pediatra”. São duas frentes de trabalho, uma focada no fim da vida (como em asilos e casas de repouso) e outra em prevenir doenças e evitar a progressão (quando já instaladas), melhorando a qualidade de vida.

            Para um planejamento de envelhecimento, o primeiro passo é a avaliação geriátrica ampla, uma ferramenta que faz a revisão de vários sistemas, como o sono, alimentação, capacidade de locomoção, mental e emocional. “Na velhice vamos colher o que plantamos; Seus hábitos e atitudes hoje determinam como se dará o futuro. Sempre brinco com os pacientes: se você plantar limões, não tem como com 80 anos colher laranja lima. Mas se você hoje plantar laranja lima, ainda que não seja garantido que a fruta vingará, você tem a chance de um fruto melhor. Tudo na vida são escolhas, e nós ajudamos na conscientização disso”, destaca a Drª Andressa Zardo.

            O geriatra tem um olhar próprio para cuidar deste período da vida. E se o foco é tratar o paciente antes de pensar nas doenças, quanto antes você procurar o profissional, melhor. Não existe idade certa, ainda que as buscas comecem perto dos 50 anos, quando são acentuados os sinais de envelhecimento. Via de regra, as pessoas tendem a procurar quando já estão com doenças – como quadros de lapsos de memória, doenças de envelhecimento e Doença de Parkinson – ou nos casos em que, no meio de tantas consultas médicas e medicamentos, precisam de um profissional para centralizar e organizar o cuidado médico.

            Conhecer o paciente, seus problemas e avaliar sua rotina são o primeiro passo. Depois, o médico vai analisar os pontos que precisam melhorar. “Os idosos são muito diferentes uns dos outros e, como heterogêneos, nunca julgamos pela idade e sim pela funcionalidade, expectativa de vida, capacidade mental, cognitiva e de tomada de decisão”, reforça a Drª Andressa. E quando necessário, também é feito o encaminhamento para outras especialidades médicas.

Dentro do processo de envelhecimento natural (senescência), assim como existem coisas normais, existem as que precisam de atenção, marcas de um outro processo, a senilidade (envelhecimento com patologia). Por exemplo, são características normais do idoso reflexos mais lentos, perda de paladar, pior na visão e audição, menos sono e, acima dos 85 anos, pressão arterial mais elevada. Mas quando os quadros passam a alterar a qualidade de vida da pessoa, deve ser investigado mais de perto porque pode ter outra doença associada. 

Fontes: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia

Drª Andressa de Lima Godoi Zardo, CRM-PR: 31.723, Geriatra