Põe o feijão de molho: porquê adotar as leguminosas (e o remolho) na sua dieta é importante

            Deixar o feijão de molho é a dica de ouro das avós e donas de casa para um prato macio e que cozinha mais rápido. E não é que elas tem razão? Para além destes resultados, o molho é responsável por reduzir os fitatos das leguminosas – feijão, lentilha, ervilha e grão de bico. E por isso precisa ser adotado.

            As leguminosas – além de abundância de carboidratos complexos – são ricas em proteínas. É isto mesmo, nem só da carne conseguimos acesso às proteínas. Por isso, é recomendada a ingestão de ao menos uma porção diária. E daí você pode variar entre os diferentes tipos e preparos, adequando ao seu gosto pessoal.

“Sempre haverá uma leguminosa que vai se encaixar na sua rotina e necessidade. Se qualquer indivíduo tem dificuldade de consumir proteína, mas tem boa ingestão de arroz e feijão, por exemplo, já garante a quantidade adequada de proteínas nas refeições”, reforça a nutricionista Adriane Colaça.

            E se um dia o combo arroz com feijão foi considerado o prato tradicional do brasileiro, vale pontuar que a iguaria tem perdido seu protagonismo. Um dos fatores principais é a preparação demorada, que nem sempre se encaixa na rotina corrida. Outro são as limitações de consumo, como distensão abdominal e flatulência. Mas ambas as situações podem ser melhoradas através do molho.

            O que é e como fazer o molho

            É simples: use água até cobrir a quantidade de grãos e deixe por 12 horas. Troque a água e descanse por mais 12. No total, o ideal são no mínimo 24 horas de molho e remolho. As bolinhas que vão saindo são os gases sendo liberados – os fitatos formam uma espécie de espuma sobre a água do remolho. Quanto mais tempo, menos fitato no cozimento.   

            Os fitatos são oligossacarídeos (tipo de carboidratos complexos) que não temos enzimas para sua digestão, por isso se causam os desconfortos e bloqueiam a absorção de nutrientes, inclusive do ferro do feijão. Com o remolho, a casca dos grãos amolece e há liberação do fitato. Se depois do processo ainda sobrar algum resíduo, uma sugestão é cozinhar destampado por alguns minutos.

Outra dica é, no caso de quem mesmo adotando o remolho sinta desconforto com o consumo, explorar diferentes leguminosas. Que tal saladas com grão de bico ou caldo de ervilha? Também, variedades do mesmo grupo: o feijão carioca, por exemplo, apresenta menos fitato do que o preto.

Fonte: Nutricionista Adriane Colaça