Cura pelo cheiro: conheça a Aromaterapia, que usa os óleos essenciais para estimular bem-estar e combate doenças
Um aroma gostoso, que remete a tempos calmos e tranquilos. Ou um toque de cheiro que estimula a criatividade. E aquele que te dá ânimo? Todos tem um cheiro que gostam mais ou menos – mesmo de maneira inconsciente. E é usando o conhecimento científico envolvendo os aromas dos óleos essenciais que a Aromaterapia atua.
Ela é uma técnica terapêutica natural, holística e complementar que utiliza as partículas liberadas por diferentes óleos essenciais, para estimular partes do cérebro. Esta interação cerebral gera reações tanto físicas quanto psíquicas e emocionais e, por isso, auxilia no combate a doenças, promovendo bem-estar e fortalecendo as defesas do corpo. É muito utilizada como coadjuvante no tratamento de ansiedade, stress e depressão, por exemplo.
Há 5 mil anos antes de Cristo já se tem relatos de uso da aromaterapia. Como ciência, se estabeleceu em 1900 e no Brasil, chegou apenas nos anos 90. São mais de 100 diferentes óleos essenciais 100% puros utilizados – como lavanda, hortelã, cedro, camomila e limão. Eles possuem altas concentrações, já que é se trata da parte essencial da planta. Para se ter ideia, 1 gota de óleo essencial equivale a 24 xícaras do chá daquela planta.
“Se a pessoa usar determinado óleo porque gosta do cheiro, ótimo. Vai trazer uma sensação de bem-estar e, naquele momento, trazer boas sensações. Mas se a pessoa quer um tratamento, buscar causas e amenizar sintomas, ela precisa de um profissional que conduza e oriente este uso”, explica a aromaterapeuta Débora Brustolin Baldo. Em sua visão, o grande diferencial da técnica é que por trabalhar em diferentes níveis (inconsciente, subconsciente e consciente) tem um potencial de ação mais profundo, que talvez fosse necessários 2 ou 3 outras técnicas para ter efeito semelhante e em mais tempo.
Não confunda –> A Aromaterapia é uma terapia integrativa e complementar, que visa agir no aspecto da saúde do indivíduo. Já a Aromatologia estuda os efeitos e atuações de todos os cheiros – essências, perfumes, incensos, sejam agradáveis ou não – que são aplicados em diferentes áreas, como na perfumaria e gastronomia.
Princípio científico
As principais maneiras de uso são como inalação e tópica (quando se passa na pele). Na inalação (a mais comum) o aroma entra e é captado pelo nariz; é processado no fundo da narina e ali já têm receptores que captam e transformam em sinais elétricos e químicos, que são transmitidos ao cérebro, especificamente ao sistema límbico (que libera neurotransmissores).
A aromaterapia é eficaz e rápida justamente porque o sistema límbico é diretamente relacionado ao sistema olfatório e de reações emocionais. Em menos de 2 segundos o aroma gera uma resposta. Além da parte física, existe também a interpretação energética. Cada óleo essencial carrega em si a pureza, sutileza e frequência da planta, que será repassada a quem o utiliza.
No caso do uso tópico, o tempo de resposta é maior. O óleo primeiro é absorvido na epiderme, passa para a derme, segue para a corrente sanguínea e depois é interpretado pelo cérebro.
O que vai determinar a forma de uso é o terapeuta, já que cada objetivo exige um cursode ação. Um bom exemplo é o Óleo de Hortelã Pimenta. Quando usado inalado traz sentimentos de clareza, foco e concentração; melhora também a congestão da face – sinusite, rinite, coriza, coceira nos olhos, por exemplo. Quando usado de forma tópica o foco é outro: alivia a tensão muscular e dores locais.
Como é usada
Em geral, inala-se 1 gota por vez. O ideal é pingar em um algodão, na roupa ou trouxinha de papel. Inala-se em uma respiração profunda, inspirando vagarosamente e soltando o ar longe do aroma. Repete-se 3 vezes. Para ser considerada uma terapia é necessário ter contato ao menos 20 minutos por dia, para ir além do bem-estar momentâneo. Para cada caso é estabelecido também o número de dias – que variam entre 7 dias há 3 meses.
A busca por um aromaterapeuta qualificado é importante para ter os melhores resultados com a terapia. Antes de iniciar o uso dos óleos propriamente dito, há uma anamnese completa (que pode ser feita à distância), onde o profissional vai entender seu histórico, contexto, necessidades e buscas. A partir disso ele vai estabelecer os melhores tipos, tempo de uso e quantidade. É possível utilizar apenas um óleo por vez ou uma mistura (blend).
Depois será o responsável por acompanhar a evolução do tratamento e mudar o curso de ação quando não está se obtendo a resposta desejada. É possível tratar tanto as causas como os sintomas, de acordo com o interesse do paciente em entender quando e por que começou seu problema.
Por se tratar de um óleo com alta concentração, é contra indicado que encoste nas mucosas (boca, olhos e nariz) ou diretamente na pele (sem diluição). Ele pode gerar incômodo, sensibilidade ou mesmo queimaduras, por alguns serem fotossensíveis. Alguns óleos tem restrição de uso por crianças, gestantes, lactantes, pessoas com problemas de pressão ou epiléticos.
Outro cuidado importante é pela possiblidade de interação medicamentosa – o que reforça a necessidade de acompanhamento profissional. Alguns óleos – como lavanda, canela, cravo e hortelã, por exemplo – podem interagir com anticoncepcionais, remédios de pressão arterial e de circulação sanguínea, e por isso, precisam ter cuidado em sua indicação.
Fonte: Débora Brustolin Baldo, aromaterapeuta e fisioterapeuta – CREFITO 10/125540-F