Atuando com público idoso, gerontólogo faz trabalho a domicílio e em grupos

Os números não mentem: o Brasil é um país com população cada vez mais velha. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que em 2060, cerca de 1/3 será de pessoas idosas. Com isso, o olhar para um envelhecimento saudável e cuidado com este público se torna ainda mais necessário. É neste cenário que o papel do gerontólogo se destaca.

            Esta é uma área de atuação que se debruça exclusivamente na terceira idade para entender as mudanças do corpo, mente e sociedade. Pode atuar em frentes distintas: no domicílio com orientação ao idoso, às famílias ou em grupos. O foco é trabalhar e desenvolver mecanismos para que as pessoas envelheçam bem, organizem seu espaço pessoal e fortaleçam a convivência com os demais. Trabalham em conjunto com famílias, instituições, empresas e poder público para detectar as necessidades e atender esta parcela da população.

            Elizabeth Alves é gerontóloga e atua na área há mais de 08 anos em Ponta Grossa. “Muitos falam que quando se chega à terceira idade é só doença e dificuldade, por isso temos que conversar com a família e com idosos para animá-los, porque não é só isso. Com a idade vem sabedoria, pessoas, alegrias e entendimentos”, coloca. Um dos aspectos levantados por ela é de que o conceito de idade e velhice mudou ao longo do tempo e se há 30 anos alguém com 50 anos era visto como idoso, hoje este sentimento vem adiante. “O papel do gerontólogo também é conscientizar quanto ao choque de gerações, incentivando a incluir e encaixar esta pessoa na dinâmica familiar”, diz.     

            Vale estabelecer a diferença entre o gerontólogo e o geriatra. A geriatria foca na prevenção e tratamento de doenças, já a gerontologia se debruça no estudo do envelhecimento com qualidade de vida. É uma área mais ampla, pensando nos aspectos de saúde física, mental, emocional e social.

            Trabalho prático

            Quando falam para grupos (como de igrejas, famílias e clubes), abordam os assuntos e dúvidas principais das pessoas – é o caso da espiritualidade, higiene pessoal, cuidados de saúde, convivência familiar, por exemplo.

 Já no atendimento individualizado na casa das pessoas, primeiro é feita uma escuta do próprio idoso e suas queixas, bem como da família (em especial dos que residem juntos). Depois, é hora de avaliar o espaço da casa e conferir o que pode ser alterado para segurança e maior fluidez deste indivíduo. É o caso de conferir os tapetes e quinas, presença de degraus, necessidade de colocação de barras e temperatura dos ambientes. É um trabalho de instrução e de apresentar recursos que vão dar suporte e ajudar, visando à autonomia da pessoa e harmonia.

O gerontólogo que atua na residência estabelece uma série de visitas periódicas para estimular este idoso e conferir o resultado das mudanças implantadas. Nestes encontros são desenvolvidas atividades pertinentes a cada caso. Pode ser que com uma senhora com Alzheimer ele use jogos para estímulo da memória e em outra, para incentivo do banho diário, estabeleça um calendário de rotina, com os horários de acordar, tomar café e tomar banho, adaptando e construindo junto com a pessoa.

Fontes: Elizabeth Alves, Gerontóloga

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística