A partir dos 35 anos taxa de hormônios no corpo da mulher diminui; para lidar com as mudanças é importante adotar estilo de vida saudável

Na linha da vida feminina é assim: se você se imagina vivendo bastante, inevitavelmente tem a frente mais de 1 terço desta trajetória convivendo com a menopausa e efeitos da diminuição dos hormônios naturais no corpo da mulher. A partir dos 35 anos, especialmente, aparece a necessidade de olhar com mais carinho os efeitos que a queda hormonal tem e como abrandá-la.

            Os principais hormônios presentes são o estrogênio, testosterona e a progesterona. Eles variam naturalmente conforme o período do mês, e começam a diminuir a produção ao longo do tempo. O comportamento e ambiente – como vida estressante, alimentação comprometida, sedentarismo, má qualidade do sono – trazem elementos que contribuem para uma queda ainda maior.

            A ginecologista Maria Tereza Portela destaca que cada época da vida tem suas características e que o estilo de vida pode acentuá-las. “Tudo começa em como a gente vive, depois vem o tratamento. Se não tivermos ações conjuntas em prol da saúde, a queda hormonal é pior. E nossos hormônios funcionam em cadeia: quando um começa ter menos produção – o estrogênio, por exemplo – afeta a produção de melatonina; que interfere no sono, e consequentemente altera a produção do GH”, explica a Drª Maria Tereza.  

            E quais são os resultados sentidos com o desequilíbrio hormonal?

            Existem as queixas diretas: fogacho, atrofia vaginal, insônia, mudança na constituição corporal (com gordura se concentrando no tronco, levando ao formato do corpo de maçã). E também existem as indiretas, como cansaço, baixa libido e menos disposição. Em geral, o desequilíbrio hormonal é o ponto de partida para uma série de sintomas, que vem em cadeia.

            E este desequilíbrio não é algo necessariamente exclusivo da menopausa, que de fato é um ponto crucial na vida da mulher. “O que temos visto é que as mulheres têm entrado na menopausa mais cedo e, o que é pior, cada vez com a saúde mais debilitada. Com a queda dos hormônios aparece maior tendência a problemas na tireoide, hipertensão, diabetes, e como o estilo de vida já não está bom, os fatores de risco vão se somando”, salienta Maria Tereza.

            O termo menopausa se refere à última menstruação da mulher, e que marca o fim da vida reprodutiva. Ela é, acima de tudo, um processo natural. Para que ela não se antecipe, o estilo de vida é fundamental, inclusive para trazer sintomas amenos ao processo.

            Saúde fortalecida para combater baixa hormonal

            Antes de pensar em algum tipo de reposição hormonal – que nem sempre é indicada, como nos casos de histórico de câncer, e a limitação de janela de oportunidade de até 10 anos depois da parada da menstruação – a indicação principal é uma mudança no estilo de vida.

             Os pilares desta mudança são a prática regular de atividade física e alimentação saudável. “É um trabalho de formiguinha, adotando aos poucos mudanças de hábito. Temos visto aumento de numero de idosos, mas a que custo? Com muitas dores, hospitalizados… longevidade é importante, mas buscando saúde e qualidade de vida”, ressalta a ginecologista.

            Outro aliado da saúde da mulher é a realização de exames e consultas de rotina, que ficam mais completos conforme a idade aumenta. São aconselhados exames de sangue e físico, preventivo do câncer de colo de útero e mamografia (indicada para mulheres sem histórico familiar a partir dos 40 anos). A periodicidade é estabelecida caso a caso, com indicação de seu médico de confiança. Com os resultados, acrescido da anamnese, é possível traçar um plano de tratamento para a mulher, que é individualizado e vai abordar os pilares de saúde integral da pessoa.

Fonte: Drª Maria Tereza Portela, Ginecologista CRM 17853 PR – RQE 12305