Introdução alimentar adequada deve ofertar variedade de alimentos
O hábito de uma alimentação saudável começa desde a introdução alimentar. A variedade e qualidade apresentada à criança representa mais saúde na forma de desenvolvimento e crescimento adequado, com benefícios tanto na infância quanto por toda a vida adulta.
E quando ela deve começar? Bem, o preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de início a partir dos 6 meses. Até esta idade o indicado é o aleitamento materno exclusivo (que supre todas as necessidades do bebê), prática que, idealmente, precisa continuar ao menos durante os dois primeiros anos de vida da criança.
A introdução alimentar é fator chave no desenvolvimento do paladar e de hábitos alimentares variados, impactando na trajetória da criança. É o momento quando os alimentos são apresentados e incorporados na dieta, tudo no ritmo infantil. Ou seja, o processo é lento e, por se tratar de sabores novos, é possível e normal que ela estranhe a experiência.
Por isso é importante oferecer o mesmo alimento mais do que uma vez (em outros momentos). Ao pensar nas escolhas, inclua variedade de frutas, hortaliças, carnes, ovos, cereais, tubérculos e grãos. Escolhendo diferentes alimentos que se encaixam em cada grupo, garantimos os nutrientes necessários.
E na hora de colocar no prato, uma amassadinha já é suficiente! Afinal, ela também precisa aprender a mastigar. Ao longo do processo você pode ir gradualmente deixando mais pedaços. Lembrando ainda de deixar cada alimento separado, para que a criança prove os sabores e texturas individualmente nesta fase de descobertas.
A dica de ouro na alimentação é a mesma para qualquer faixa etária: invista em alimentos os mais naturais possíveis, na comida de verdade. E para isso, talvez seja a oportunidade de você melhorar os hábitos de toda a família.
O que evitar
Tem coisa que não tem segredo, mas também tem aquelas que podem ter sido práticas aceitáveis em algum momento, mas que hoje já se tem estudo que comprovam que não prejudiciais. Aqui entram as comidas prontas ultraprocessadas, por exemplo, que possuem aditivos químicos a serem evitados.
Nesta fase, é importante evitar frituras, açúcar, refrigerantes, embutidos, doces em geral, e mesmo o sal precisa estar presente com moderação. Lembre de também oferecer água ao longo do dia.
Outro hábito a se evitar é momentos de refeição cheios de distração ou com sofrimento. Refeições em família, tranquilas e longe da televisão, com a criança prestando atenção ao ato de comer, tendem a ser uma boa opção. Ao ofertar o alimento, faça disso uma experiência positiva. E como o exemplo é fundamental, capriche em um prato colorido para todos da família.
O Ministério da Saúde elabora regularmente Cartilhas e Guias alimentares, para orientar pais, responsáveis e profissionais nesta fase. Ela é disponibilizada online gratuitamente, na sua versão completa e reduzida. Confira os 12 passos para alimentação saudável da criança menor de 2 anos:
1. Amamentar até 2 anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até 6 meses.
2. Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses.
3. Oferecer à criança água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
4. Oferecer a comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno.
5. Não oferecer à criança até 2 anos de idade açúcar nem preparações ou produtos que contenham açúcar.
6. Não oferecer à criança alimentos ultraprocessados.
7. Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
8. Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto junto da família.
9. Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição.
10. Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
11. Oferecer à criança alimentação adequada e saudável também fora de casa.
12. Proteger a criança da publicidade de alimentos.