Yoga “Mamãe e bebê” favorece conexão entre mães e filhos, além de proporcionar melhora física e mental

            A fase do pós-parto e primeiros meses de um bebê são repletas de novidades, amor e dificuldades. Abarcando estas facetas, o yoga “Mamãe e bebê” vem para aprofundar  conexão entre mães e filhos, bem como proporcionar bem-estar e saúde. São respirações, posturas e meditação do yoga tradicional mesclado com interações com as crianças.

Se para você esta é uma novidade, é porque a modalidade começa a se popularizar no Brasil (que em outros países já conta com maior número de adeptos). Diferente de outras vertentes que celebram o encontro com “você mesmo” – como de gestantes, pós-parto, idosos, casais gestantes e mesmo a tradicional – esta tem como característica ser extrovertida, já que promove interação contínua entre os participantes, com foco no bebê.

“O yoga mamãe e bebê é muito alegre. Em outros, focamos na introspecção e aqui interagimos com um bebê, é extrovertido. Brincadeiras, sorrisos, sons… Passa muito rápido o tempo”, explica a instrutora de yoga Camila Salles Bernardi. Ela ressalta também o aspecto de ser uma prática em dois: “volta um pouco como era na gestação, que tinha a conexão de dois seres. Durante as aulas, é como se isso acontecesse com o bebê fora da barriga”.

Os benefícios se relacionam em três pilares. O primeiro é de um tempo da mãe para um cuidado com seu corpo. Também favorece o emocional, gerando distração e liberando ansiedade em um momento difícil que é o pós-parto e de cuidados intensivos com o bebê. O segundo é o reflexo nos próprios bebês, que recebem estímulo – com sons, movimentos, risadas -, massagem (que ajudam o intestino, por exemplo) e ficam relaxados. O último é a conexão entre mãe e filho, com momentos de brincadeira e diversão que intensificam este laço.

Como funciona a prática

Ele pode ser praticado a partir de 2 meses de vida, no momento em que sustente a cabeça e depois da liberação médica (tanto da criança quanto da mãe). E segue até quando for possível, em geral até o bebê começar a engatinhar.

São cerca de 1 hora de exercícios, com um tempo que varia também em função das necessidades do momento. É uma modalidade acolhedora, em que as mães podem seguir o ritmo dos bebês: ele está dormindo? Agitado? Precisa de um chamego? O mamá não pode esperar? Está tudo certo! O importante é o respeito e bem-estar da mamãe e do bebê, com liberdade para agir conforme as necessidades do filho e no ritmo dele.

            A lógica da aula segue semelhante à versão tradicional. Primeiro são feitos os pranayamas (que são as respirações) e os mantras. Os bebês podem estar no colo da mãe ou mesmo ao lado, deitados em local confortável. Na sequência, são realizados alongamentos, tanto nas mulheres como nas crianças. A mãe faz massagem nos braços, pernas e corpos do bebê, auxiliado de músicas e criando conexão e interação.

            Depois, vem as posturas do yoga tradicional, que tendem a intercalar momentos de interação e movimentos sem participação da criança. Conforme cada aula o instrutor mescla posturas de força, equilíbrio, em pé, sentadas, deitadas e que englobam todo o corpo. A preferência são por aquelas que favoreçam a execução em dupla.

            Exemplos práticos são a posição do Guerreiro 2, em que o bebê participa sentado na perna da mãe; e a torção sentada, com uma perna esticada e outra dobrada, onde o bebê encosta as costas para “ajudar” o movimento da mãe.

            A próxima etapa é o relaxamento e, no final, acontece a meditação.

            Aceitação materna

            Por mais simples ou limitadas que sejam as posturas, é uma oportunidade de movimentar o corpo. Por ser realizada junto com o filho, permite que mulheres que não tenham rede de apoio também participem.

            As mães relatam bem-estar, liberação se tensão, alongamento (em especial das costas) e reflexo destas mesmas sensações na criança. Uma das participantes, Natashe Abou Nassif Lopes, conta que parece que sua filha se lembra dos momentos ainda dentro do útero. “O Yoga mamãe e bebê é um momento delicioso. A Stella sorri, fica feliz durante toda a prática e eu me sinto conectada a ela”, reflete.

Fonte: Camila Salles Bernardi, instrutora de yoga, doula e educadora perinatal