Medicina do Estilo de Vida: revendo hábitos em prol da promoção da saúde

As pesquisas científicas a cada dia trazem mais descobertas no campo da medicina. Uma das conclusões que vem para ficar é de que os hábitos influenciam diretamente na qualidade de vida dos seres humanos. É neste sentido que trabalha a “LifeStyle Medicine”, a Medicina do Estilo de Vida.

Não tem jeito: quer mais saúde?  Repense o que você faz no seu dia a dia. Com forte atuação baseada em evidências científicas, a medicina do estilo de vida quer prevenir, tratar e reverter doenças crônicas relacionadas a como conduzimos nosso cotidiano. Aqui se englobam doenças como as demências, fibromialgia, ansiedade, depressão, diabetes, alguns tipos de câncer, obesidade, doenças autoimunes, inflamatórias e cardiovasculares.

O foco é a promoção da saúde. Por se tratarem de males associados ao estilo de vida, um mesmo pacote de medidas e estratégias consegue prevenir e tratar todo o conjunto. Para isso, incorpora em suas ferramentas mais do que o uso de medicamentos, propondo ações práticas.

Pilares

Nesta abordagem, são trabalhados 6 pilares principais: alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos, qualidade de sono, eliminação de tóxicos (como álcool, drogas e poluição), gerenciamento de estresse e relacionamentos saudáveis. Alguns colocam um sétimo, que seria a espiritualidade ou um propósito de vida.

“Costumo dizer que alimentação e exercício físico são os pilares fáceis, no sentido de que você tem uma cartilha do que é e como pode ser alcançado. Os outros 4 estão mais conectados com emoções e sentimentos, e são mais difíceis de se trabalhar sozinho”, contemporiza o Dr. Marcelo Young Blood, que atua como neurologista e médico de estilo de vida.

Neste sentido, não existe um pilar principal ou por onde deve se começar as mudanças. Todos se interconectam e impactam positivamente na vida da pessoa quando acionados. No caso de pacientes com quadros de dor, primeiro é tratada a crise e depois se iniciam os trabalhos nos pilares e como podem ser melhorados.

Algo importante é pensar e estabelecer o que é uma vida saudável para você e até que ponto está disposto a adotar novos hábitos para alcançar este objetivo. Quer viver mais para ficar com sua família? Ter disposição para brincar com filhos e netos? Passar a jornada livre das dores? As metas precisam fazer sentido para você e, principalmente, serem estabelecidas para uma mudança no estilo de vida. Ou seja, não é um tratamento com começo, meio e fim, e sim propostas para adotar daquele momento em diante.

Reflexos

Esta abordagem médica propõe mudanças em como você vive sua vida: no que come, faz, pensa, como vive, escolhas diárias e relacionamento com outras pessoas. Mesmo se configurando como um desafio maior do que, por exemplo, tomar um único remédio para tratar uma doença, os efeitos são duradouros. Por isso, a aceitação dos pacientes é boa, na medida que veem em suas próprias vidas os benefícios.

As ferramentas escolhidas variam conforme cada caso, a partir da análise do médico sobre a necessidade apresentada. E as mudanças são construídas ao longo do tempo. E oh, nunca é tarde para começar ou cedo demais.

Já para o profissional, pode ser uma oportunidade de estreitar a relação médico-paciente. “Percebo que estas ferramentas me tornaram um ser humano mais conectado, e teve influências de como me conecto com os pacientes e isto tem efeito neles. A relação se fortalece”, explica o Dr. Marcelo.

Fonte: Dr Marcelo Young Blood, Neurologista, CRM-PR 21787