Gravidez planejada demanda mudanças de estilo de vida e acompanhamento médico; veja o passo a passo pré-concepcional
Parar com qualquer método anticoncepcional parece o passo fundamental no início da jornada de uma gravidez planejada. E é, junto de um contexto de cuidados, exames e mudanças. Um cuidado e preparação para o momento especial que se aproxima e que reflete tanto na saúde da mulher quanto no desenvolvimento do bebê.
“Esta procura por um preparo pré-concepcional está mais comum, mas ainda não é a maioria, com número longe do ideal. Grande parte só vem depois do teste positivo.”, explica o ginecologista e obstetra Dr Henrique Tozetto de Carvalho. A 1ª consulta deve ser agendada assim que se decida parar com o método anticoncepcional utilizado.
Veja as 5 etapas de preparação para gravidez planejada:
1 – Busque o médico ao menos 3 meses antes da data de início das tentativas. Este período é importante para adequações e mudanças, que reflitam em uma concepção mais saudável. Na primeira consulta, o profissional vai solicitar exames – hemograma completo, urina e de sorologias como sífilis, HIV, rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose; buscar problemas pré-existentes que possam ser corrigidos antes da gravidez ; fazer correção e orientação de medicação, substituindo por produtos indicados para o período da gestação; e indicar possíveis suplementações (entre as principais, ácido fólico, Vitamina D e Vitamina B12).
Se necessário, também há o encaminhamento para outros profissionais, como nutricionista e dentista. Em suma, é o momento do planejamento da gestação. O seu corpo estará se preparando e ficando na melhor condição para passar pelos 9 meses.
2 – Suplementação de ácido fólico. O ácido fólico, que é a Vitamina B9, é indicado por especialistas – inclusive a Organização Mundial da Saúde – para ser suplementado durante o período pré-concepcional (entre 3 e 6 meses antes) e primeiras 13 semanas de gravidez. Sua importância está, principalmente, na prevenção de doenças do tubo neural e sistema nervoso central, como espinha bífida e anencefalia.
Por ser uma vitamina, não é produzida pelo organismo e deve ser ingerida. Seu médico de confiança vai avaliar as quantidades necessárias para o seu organismo, em geral ficando próximo de 300mcg a indicação de ingestão diária.
3 – Acompanhamento de comorbidades. Tem comorbidade pré-existente? É hora de conversar com o profissional que o acompanha para readequar o tratamento para o período. Aqui entram doenças como diabetes, obesidade e pressão alta.
4 – Mudanças na alimentação e prática de atividade física. Não tem jeito, tanto a alimentação saudável quanto sair do sedentarismo são pilares de saúde e qualidade de vida. Em preparação para um período que demanda tanto do corpo da mulher quanto é responsável pelo bom desenvolvimento do feto, se você já não cuida destes dois setores, agora é a hora.
O obstetra vai passar orientações gerais sobre alimentação – que pode ser aprofundada com nutricionista, se necessário. São cuidados como ingestão de água, preferência por alimentos in natura e minimamente processados, abundância de frutas, legumes e verduras, proibição de produtos como peixe e carnes cruas, ovos com gema mole e leites não-pasteurizados.
Na parte da atividade física, se a mulher já tem disto um hábito, deve continuar normalmente (com adequação de pesos e impacto apenas durante a gravidez). Para as sedentárias, chegou a hora de começar a movimentar o corpo e buscar algum exercício que se adeque às suas preferências e rotina, como academia, natação, pilates e caminhada.
5 – Abstenção de bebidas alcóolicas e cigarro. A readequação precisa acontecer já nesta fase. E durante a gravidez, política zero. Tanto um quanto outro são substâncias que prejudicam o desenvolvimento fetal, e, portanto, não podem estar presentes.
Fonte: Henrique Tozetto de Carvalho, ginecologista e obstetra, CRM-PR 31630 RQE 23688