Catarata em idosos é totalmente reversível com cirurgia; problema começa a partir dos 60 anos

É a sensação de (literalmente!) estar vendo através de uma catarata: visão opaca, borrada e sumindo. Estes são os principais sintomas de quem está passando por um caso acentuado de catarata nos olhos, muito comum no público idoso. A boa notícia é que, apesar do tratamento ser cirúrgico, ele é simples e de rápida recuperação.

 A catarata é uma opacidade do cristalino, a lente natural do olho. Esta característica faz parte do processo natural de envelhecimento, a diferença é que nem todos verão a condição chegar a ser um problema, convivendo com a opacidade sem incômodos até o fim da vida. Em outros casos, sua progressão pode chegar a uma perda de visão. A principal causa é a idade, mas também existem por traumas e neonatal, por exemplo. 

            “A partir de 60 anos todos já têm certo grau de opacidade, por isso, podemos afirmar com certeza que todos temos catarata desta idade em diante. Em versões mais graves, pode causar cegueira. A grande vantagem é que é totalmente reversível, diferente de outros problemas de visão”, explica o Médico Oftalmologista Alessandro Both. A exceção que pode não geral 100% de reversão são os casos que apresentam outros problemas oculares pré-existentes.

Como agir para que ela demore para aparecer

            Ao falarmos de catarata estamos falando da visão da pessoa e um dos cinco sentidos. Enxergando menos, o impacto aparece na qualidade de vida, nas relações sociais, noção espacial, autonomia, trabalho e inclusive na capacidade cognitiva. Por isso é relevante entender que tem solução.

            Alguns fatores podem acelerar o seu processo, como diabetes, uso de corticoides e altos graus de miopia. Por outro lado, o que ajuda a evitar sua progressão é proteger os olhos do sol, com óculos escuros, chapéu e bonés. Em função disso, inclusive, moradores de lugares com maior incidência solar (caso da linha do Equador) apresentam maior quantidade de casos e idade menor dos pacientes.

Além disso, ao pensarmos na saúde ocular, precisamos lembrar que o olho faz parte do nosso organismo e está interligado a todo ele. Logo, ao adotarmos hábitos saudáveis na nossa vida – como alimentação balanceada e prática de atividades físicas – também estamos favorecendo nossa visão.

            Cirurgia de Catarata

            Quando o caso começa a afetar o seu dia a dia – como não conseguir dirigir a noite, diminuição da qualidade da visão, cores perdendo vivacidade, branco que fica amarelado -, o caminho é a cirurgia. Não existem óculos ou colírios corretivos.

            Ela pode aparecer tanto nos dois olhos quantos em um olho apenas. No entanto, a cirurgia é feita em um olho por vez, com um intervalo de 15 dias entre uma e outra. A cirurgia mais utilizada hoje usa o facoemulsificador e é realizada em ambiente hospitalar. O médico faz 2 incisões pequenas, que em geral não levam pontos.

O procedimento é rápido (com cerca de 15 minutos), com anestesia tópica (colírio) onde é quebrada e aspirada a catarata do olho e depois é inserido uma lente dobrável, que vai substituir o cristalino. A boa notícia é que a catarata não volta nunca mais.

            Esta lente vai fazer as vezes de nosso cristalino e também é possível corrigir graus de miopia, astigmatismo e hipermetropia na mesma ocasião. O paciente tem uma recuperação rápida e sai enxergando do procedimento. No pós-operatório é necessário uso de tampão de acrílico transparente, colírios e cuidados com esforço físico.

            Além da versão mais moderna, alguns casos de cataratas avançadas em que o núcleo do cristalino é duro, a intervenção precisa ser com abertura do olho, retirada da lente natural e pontos.            

Por isso o diagnóstico precoce se torna importante, levando a cirurgias mais fáceis, rápidas e com melhor recuperação. “O perfil do paciente vem mudando. As pessoas estão ficando mais velhas e informadas e buscam soluções para seus incômodos, antes mesmo que se tornem problemas, refletindo no sucesso dos procedimentos”, compartilha o Dr Alessandro.  

Fonte: Dr Alessandro Both, Médico Oftalmologista, CRM – 18683