Dentes de leite: conheça sua função e porque devemos cuidar bem deles

Puxe pela memória… o que você fazia com seus dentes de leite? Colocava embaixo do travesseiro esperando a fada do dente?; ou, talvez, dava para sua mãe, que guardava todos carinhosamente numa caixinha… Fato é que todos passamos pela fase de troca de dentes. E fica a pergunta, afinal, para que servem e qual é sua importância?
Adultos tem dentes permanentes maiores, que comportam a mastigação durante toda a vida. Pensando na criança, sua maxila e mandíbula são menores e em crescimento, os dentes de leite são necessários durante o desenvolvimento. Nomeados como dentição decídua , totalizam 20 dentes, 10 na arcada inferior e 10 na superior.

O termo dente de leite surgiu justamente pela comparação à brancura do leite, que lembra a cor do leite, e é a primeira dentição que acontece na cavidade oral do bebê. Em geral, os primeiros a irromperem a partir dos 6 meses são os incisivos centrais inferiores. E este processo continua, se completando entre 24 a 36 meses da criança. Eles tem tamanho menor e ajudam a manter o espaço adequado para quando chegar a hora do permanente, que é maior. Com perda precoce pode ocorrer falta de espaço adequando quando o permanente irrompe.
“Apesar de existir um intervalo padrão para aparecerem, existem os casos precoces e tardios. Os dentes de leite são super importantes: para a fala, mastigação, deglutição, desenvolvimento da musculatura orofacial, formação da maxila e mandíbula” explica a dentista Ana Paula Teitelbaum. Por isso os cuidados com a higiene precisam ser feitos, tanto para a saúde dos dentes de leite (mesmo que eventualmente caiam) quanto para cultivar o hábito da escovação.

Dente de leite também fica doente
E a doença que pode acometê-lo é principalmente a cárie. Nestes casos, a lesão cariosa começa como uma mancha branca e rugosa. Se não forem tratadas, podem se estender a nível de dentina, polpa (nervo do dente), gerando dor e desconforto. Em casos extremos, é necessário inclusive tratamento de canal.
Dados apontam que hoje são mais de 600 milhões de bebê com lesões cariosas no Mundo. Alguns das recomendações para evitá-las são evitas ingestão de açúcar antes dos 2 anos de idade (seguindo indicação da Organização Mundial da Saúde); após os dois anos, introduzir o açúcar em pequenas quantidades – no máximo 25 gramas diárias, o equivalente à 6 colheres de chá de açúcar.
E para garantir a saúde e higiene bucal, é importante no primeiro ano de vida da criança já se buscar um dentista. O profissional está capacitado tanto para orientações, prevenção quanto para tratar possíveis problemas precocemente.

O que é esperado na erupção dos primeiros dentes?

Quando o dente de leite está para irromper, a criança pode apresentar salivação anormal, irritação, pode afetar o sono e alimentação, bem como de diarreia e febrícula (que não passa de 38º).
Para amenizar os sintomas, os pais e responsáveis podem usar alguns recursos. A dedeira gelada, para massagem com fricção no local, traz alívio ao bebê. Ainda nos recursos gelados, os mordedores próprios que congelam no freezer também são boas opções para oferecer, pois o frio ajuda muito este desconforto. Já o que é contraindicado são géis ou pomadas anestésicas.
A partir do 1º dente é necessário começar com a higiene bucal. Para isso, se utiliza escovas com cerdas macias e cabeça pequena; creme dental a partir de 1000 ppm de flúor em pequena quantidade, cerca de meio grão de arroz 2 vezes ao dia.

Transição para a dentição permanente
A transição para os dentes permanentes começam por volta dos 6 anos, com o 1º molar, que nasce atrás de todos os dentes de leite – e, por isso, pode passar despercebido. Até os 12 anos acontece a troca completa da dentição, e a dentição permanente é composta por 32 dentes. “Os dentes leite vão sendo trocados pelos permanentes conforme cada faixa etária do seu filho”, reforça Ana Paula.
Uma desinformação comum é entender que para nascer um dente permanente um de leite precisa cair, o que não é verdade já que os molares 1º, 2º e 3º ( siso) que não tem versões de leite.


Fonte: Ana Paula Teitelbaum, dentista, CRO 13505