Você conhece o ultrassom natural? Técnica de desenho fortalece conexão entre mãe e bebê
A gestação é uma fase de grandes mudanças, tanto físicas quanto emocionais. Se preparar para a fase de maternidade e trazer leveza para a transição pode tornar o processo mais suave e natural. Com isso em mente, o ultrassom natural é um das técnicas que colabora na conexão entre mãe e bebê, através de pintura na barriga.
Com função emocional, o ultrassom usa de apalpações para determinar a posição em que a criança está naquele momento – de costas, para a direita ou esquerda, com a cabeça para cima ou para baixo, por exemplo. Depois, com materiais atóxicos, é feito o desenho do formato do bebê dentro da barriga, na posição aproximada em que se encontra.
Ou seja, é uma combinação de arte e ciência para representar anatomicamente o tamanho e posição fetal. Surgido na década de 90, o nome veio justamente pela lembrança de visualização da criança, assim como no ultrassom.
Além da mãe, podem ser convidados para participarem o pai, companheiro, avós e filhos mais velhos, aproximando o núcleo familiar desta gestação. Isso ajuda também na conexão com o novo membro da família, em especial porque as sensações físicas e hormonais são restritas à mãe, e a ocasião colabora em estabelecer vínculos com os demais que não tem esta oportunidade.
O ultrassom natural torna a gravidez algo palpável. Se a mãe se sentir a vontade, os acompanhantes podem inclusive apalparem para sentir qual é a posição, encontrando o cotovelo, bumbum, joelho e cabeça!
“Muitas vezes a mulher passa a gestação toda com preocupações da vida de mãe e gestante, então oferecemos este momento como forma de conexão emocional entre mãe e bebê. Se tiver os avós, pais e outros presentes, expande e estabelece esta conexão com eles também”, explica a doula Karine Alves, que aplica o ultrassom natural.
Como a técnica é aplicada
Para cada família, a atenção é individualizada, propiciando um momento de fortalecer estes vínculos. O início é visualizando os quadrantes da barriga, com uma linha imaginária em forma de cruz sob o ventre. Na sequência, é possível localizar os batimentos cardíacos fetais, identificando a posição em que se encontra e é feito a avaliação de medida do fundo uterino (que identifica o número da semana gestacional).
Com delicadeza, se começa a apalpação, para entender como o bebê está posicionado. E então se parte para o desenho e pintura – que precisa ser feito com materiais naturais e atóxicos. Aqui vem a habilidade de quem está a frente do processo: entra um pouco de criatividade, sensibilidade, entender os contornos.
O resultado é um desenho que representa a posição que ele está neste momento. Todo o processo leva cerca de 2 horas e, em geral, é feito a partir das 33 semanas de gestação. Tanto para facilitar sentir o bebê, quanto por este período ser de maior ansiedade na gestante, e o ultrassom também colaborar na promoção de calma e relaxamento.
Quem vai participar – pode ser que você se sinta com vontade de usar a criatividade e pintar também, porque não? – e a condução do processo variam conforme a sensibilidade do profissional que está fazendo o ultrassom. Inclusive, é possível associar outras técnicas – como escalda-pés e conversa – para alcançar os objetivos.
No final a combinação resulta em uma conexão especial e com foco no momento presente. “Muitas vezes a mulher precisa expressar para o companheiro o que está sentindo, porque alguém que vê de fora não consegue entender o que ela está vivenciando. Afinal, a gestação acontece no corpo da mulher, com suas transformações visíveis físicas e invisíveis, hormonais”, reforça Karine.
Fonte: Karine Alves, doula e aplicadora da técnica do ultrassom natural
Crédito das fotos: Gabri, @grabi.ph