Além da academia: conheça o treinamento funcional, atividade que trabalha força, mobilidade articular e padrões de movimento

Que praticar atividade física é fundamental, tá todo Mundo sabendo. E isso não precisa ser uma coisa difícil! Muito além da academia tradicional (musculação), existem cada vez mais opções que podem se encaixar no seu gosto pessoal. Conheça agora o treinamento funcional, que alia três pilares fundamentais: padrões de movimento, funções articulares e não utilizar máquinas.

            O funcional existe há muitos anos, mas tem se fortalecido e tornado conhecido especialmente nos últimos 10 anos. É dinâmico, ensina consciência corporal e preza por exercícios que englobam o corpo inteiro. Seu grande diferencial é o trabalho completo por todos os grupos musculares em uma mesma sessão de treino. Usa equipamentos como barras, kettlebells, halteres, banco, elásticos, pesos e anilhas.

            O primeiro pilar – não trabalhar com máquinas, como no caso da musculação convencional – opta por exercícios (padrões de movimento) que envolvam o corpo inteiro.

“A base do treinamento funcional é o treino de força com implementos livres, podendo ser combinado ou não com exercícios aeróbicos. É um método desafiador pois exige constantemente de ativações neuromuscular, estabilidade e mobilidade articular. Para a correta execução é necessário conhecer o seu corpo, ou seja, dentro do processo você aprende a executar os movimentos cada vez com mais consciência corporal ao agachar por exemplo”, explica Tatiana Fernanda Buske, profissional da educação física e treinadora especialista em funcional há 6 anos. Ou seja, você (re)aprende o modo correto de realizar movimentos do seu cotidiano.

            Os próximos pilares são sobre padrões de movimentos (exercícios) e funções articulares (tornozelo, ombros, joelhos e quadril), onde há a compreensão como cada articulação e movimento precisa ser realizado para ser trabalhado de forma eficaz. Algo próprio da atividade é nunca adicionar carga em cima de uma disfunção, por isso é essencial dar condição para cada articulação do corpo trabalhar de forma eficiente evitando-se assim compensações durante os movimentos.

Faça a imagem à Quando crianças nos agachamos corretamente, brincamos por horas na posição de cócoras. Quando entramos na adolescência, iniciamos o processo de passar muito tempo sentado incorretamente: sem manter as costas apoiadas e pés no chão, por exemplo e além de não nos movimentarmos com a frequência e qualidade necessária. Ao longo dos anos, isto pode causar encurtamento musculares desencadeando dores principalmente de lombar (lombalgia) e dor ciática (ciatalgia).

Quem pode praticar treino funcional?

            Para todas as pessoas, idades e condições (criança, homem, mulher, grávida, idoso, atleta e lesionados). Quanto antes de inicia mais o seu corpo te agradece. Pode ser praticado por crianças de forma mais lúdica até a iniciação ao treino de força. Idosos são beneficiados pois o funcional melhora a capacidade de força e equilíbrio, dando mais autonomia para este público. Pessoas que passaram por algum trauma/lesão podem fazer uso do funcional no processo de reabilitação/fortalecimento, até a performance (atletas).

            O treino pode ser coletivo ou individual. Na versão em grupo se costuma usar um circuito, onde o professor separa estações, com exercícios alternados por segmento. É determinado um tempo ou número de repetições, e cada pessoa passa por todas as estações ao longo do treino. Já na opção individual é possível focar especificamente nos objetivos do aluno, com escolhas voltadas às suas necessidades pré-avaliadas.

            Existem os níveis iniciante, intermediário e avançado. A evolução é baseada no desenvolvimento individual e pautada principalmente pela consciência corporal do aluno, quando consegue coordenar a ativação muscular, controle motor (velocidade do movimento), respiração e a execução correta do movimento. As aulas duram aproximadamente 1 hora, divididos entre os 5% iniciais de aquecimento e liberação miofascial, 20% de mobilidade, 60% de exercícios de força e 15% de aeróbico.

            Antes de iniciar na prática, uma avaliação física funcional é fundamental.  Assim há o entendimento do histórico do aluno – lesões, exames, hábitos de vida, coordenação, força, histórico de atividades e suas metas com o funcional.

“O objetivo de um educador físico é ensinar e dar condições básicas para as pessoas se movimentarem mais e melhor, aliando isso aos objetivos individuais (emagrecimento, hipertrofia, saúde, condicionamento, performance, reabilitação). O jargão oficial é: Cada um que entra em uma sessão de treino precisa sair melhor do que quando entrou. Os benefícios aparecerão com a constância, por isso, pratique aquilo que você tem prazer/afinidade em fazer” ressalta Tatiana.

Fonte: Tatiana Buske, educadora física e treinadora especialista em reabilitação de lesões e treinamento funcional