Conheça como mudanças nos hábitos e estilo de vida podem ajudar a manter o Alzheimer distante
Assim como podemos ter predisposições genéticas para doenças, existem fatores de risco que são modificáveis. No caso da Doença de Alzheimer, mudanças nos hábitos e estilo de vida estão relacionadas a pelo menos 40% da chance de desenvolver a doença. Leia e saiba mais sobre o que você pode começar a fazer hoje mesmo.
Entre a parcela dos fatores de risco modificáveis, em 2020 uma Comissão de cientistas pesquisadores em Demência publicou na Revista Médica Lancet um documento que definiu 12 fatores de risco a serem evitados para o desenvolvimento de demências, da qual o Alzheimer faz parte. São elas: pouca educação; hipertensão arterial; déficit auditivo (pela desconexão e menor estímulo do ambiente); cigarro; obesidade; depressão; inatividade física; diabetes; contato social infrequente; consumo excessivo de álcool; trauma de crânio e poluição do ar.
O Dr. Marcelo Young Blood, neurologista e médico do estilo de vida, corrobora que todos os fatores estão relacionados as escolhas diárias que fazemos na nossa rotina. “Nunca é cedo para começar ou tarde demais, a diferença é a velocidade que as mudanças precisam ser conduzidas. Mesmo quando a doença já está instalada, vemos evolução mais lenta dos casos com a adoção de novos hábitos no estilo de vida”, reforça.
Os hábitos para começar hoje mesmo são na direção de uma alimentação saudável, qualidade do sono, prática regular de atividade física, cultivo de relacionamentos e gerenciamento de estresse. Além das indicações de seu médico de confiança, uma abordagem multiprofissional nos dá mais ferramentas para implantar as mudanças no nosso dia a dia.
No entanto, construir uma nova rotina em pessoas idosas tende a ser mais difícil, já que são anos em que a pessoa vem adotando outras práticas. Nestes casos, além da estratégia multiprofissional, boas opções são terapias em grupo e suporte familiar constante.
O que é o Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que tem relação a um processo do acúmulo de proteína nos reurônios, que causam a sua morte. A principal característica que acende o sinal de alerta dos familiares e de quem convive com o portador é o esquecimento de fatos recentes.
No início, o comprometimento cognitivo é leve e pode ser confundido com senilidade. “O que chama a atenção da doença de alzheimer é o deficit de memória. E o mais interessante é que a memória de fatos recentes que a pessoa que não consegue gravar, isto porque a memória remota é uma das últimas a serem afetadas nesta doença”, explica Marcelo.
Quando a família começa a perceber, em geral é porque o comprometimento é mais nítido. Nestes casos, além da memória, fatores como falta de concentração, atenção e mudanças de comportamentos ficam acentuados. Vale a ressalva que a evolução da doença é individual de cada paciente, que pode permanecer com demência leve por anos, com piora lenta do quadro.
Fonte: Dr Marcelo Young Blood, Neurologista CRM-PR 21787
Artigo: Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission. Vol 396 August 8, 2020